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Continental Mabor. Fórmula para acelerar “à la Lousado”

23-12-2015

Poucos anos antes da década de 50, nascia a Mabor – Manufatura Nacional de Borracha, pelas mãos do terceiro conde da Covilhã, Júlio Anahory de Quental Calheiro. Reza a lenda que Mabor é também a sigla de Maria Borges, a segunda esposa do conde. Instalada na freguesia de Lousado, em Vila Nova de Famalicão, a empresa é a pioneira da indústria de pneus em Portugal e ganha escala quando a Autoeuropa chega a Portugal em 1989. Na altura, o Estado exigia a incorporação de componentes feitos no país, o que representaria uma oportunidade para a Mabor.

Atenta, a Continental – já acionista da fábrica – avançou com uma joint-venture para ficar com 60% da Mabor, mas rapidamente passou a acionista única.

Hoje, a fábrica de Lousado é considerada um case study pela AICEP – Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal. “A unidade portuguesa é hoje uma das mais modernas do grupo alemão e produz pneus de todos os tipos quer em medidas, quer em tipos, quer em marcas para veículos automóveis ligeiros. Ao todo, produz 800 artigos de 20 marcas diferentes. Exporta quase a totalidade da produção (97,3%) e tem como principais mercados a Alemanha, o Benelux, a Espanha, a França, o Reino Unido e a Itália”.

De acordo com os dados da Ignios, a empresa liderada por Pedro Carreira teve um volume de negócios superior a 758,6 milhões de euros em 2014. Ocupa a 21.ª posição entre as 1000 maiores do tecido empresarial. E é líder há vários anos no setor da borracha e matéria plástica que, no ano em análise, faturou 1,8 mil milhões.

Com resultados líquidos na ordem dos 182 milhões milhões e ativos de quase 400 milhões de euros, a Continental Mabor apresenta um rácio de rendibilidade económica de 37,4% e um rácio de rendibilidade financeira de 70%. Feitas as contas, o fabricante de pneus alcança o primeiro lugar do top ten de bens, segundo a Ignios. Por sua vez, a Baker Tilly ressalva ainda a dimensão da Continental em relação às outras empresas do top 10. “A Mabor representa aproximadamente 50% do somatório das receitas e EDITDA das empresas dos 10 primeiros lugares do ranking.”

“A aposta redobrada da Continental em Portugal resulta de uma boa experiência de investimento. A empresa sempre destacou a qualidade da equipa na transformação dos investimentos em produtos transacionáveis e a sua capacidade em trabalhar num ambiente industrial de elevada complexidade e com produtos de grande dificuldade tecnológica”, sublinha a Aicep na informação sobre a empresa.

Um em cada três automóveis na Europa é comercializado com pneus Continental. Em 575 testes desde 2007, recebeu a classificação mais elevada em 78%.

O objetivo em Lousada é elevar a capacidade de produção acima de 20 milhões de pneus/ano. A fábrica de Famalicão dá emprego a 1737 trabalhadores, um complexo com mais de 250 mil metros quadrados. Segundo os dados da Ignios, cada euro despendido com o pessoal gera um retorno de 4,68 euros para o valor acrescentado bruto da empresa.

No ADN dos colaboradores há uma característica comum: fazer bem e rápido, ou seja, “à la Lousado”.


Texto: Sandra Almeida Simões (Dinheiro Vivo) 23/12/2015
Foto: António Freitas (Câmara Municipal de Famalicão) 09/12/2013
Paulo Cunha (ao centro) com Pedro Carreira (à esquerda) na visita à empresa no âmbito do roteiro Famalicão Made IN

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