Paulo Cunha: "Criámos um ecossistema que facilita o desenvolvimento empresarial"

26-01-2017

O Famalicão Made IN apresentou-se em 2013 e nunca mais parou. Durante estes anos foi criada uma relação ímpar entre a autarquia, instituições públicas e empresas. Este projeto, que promove o desenvolvimento empresarial, já foi premiado pelo seu arrojo. Os dados mostram que as empresas famalicenses estão cada vez mais fortes, colocando o concelho no pódio nacional das exportações. Em entrevista ao OPINIÃO PÚBLICA [edição de 26 de janeiro de 2017], o Presidente da Câmara, Paulo Cunha, não tem dúvidas de que Famalicão é um dos principais motores da economia nacional.

Sofia Abreu Silva


O Famalicão Made IN arrancou a novembro de 2013. Volvidos mais de três anos, qual o balanço?

É um balanço orgulhosamente positivo e que me dá a certeza de que o caminho que definimos para estimular o crescimento económico e para aproximar os agentes do território num trabalho concertado e em rede está a ser percorrido com êxito. Aponto, em particular, o importante e profícuo trabalho de atração de investimento empresarial, sobretudo privado, pelo seu efeito determinante na dinamização da economia e na criação de emprego. Em Famalicão a taxa de desemprego caiu 44% entre 2103 e 2016, o que muito nos satisfaz. O Famalicão Made IN criou uma ligação estreita, permanente e construtiva entre empresas, autarquia e entidades públicas e privadas, particularmente as que estão ligadas ao ensino e à investigação (CITEVE e CeNTI), inovação (ANI e IAPMEI) e à internacionalização (AICEP), que foi responsável pela criação de um ecossistema empreendedor que facilita o desenvolvimento empresarial, promovendo o reforço da vocação industrial e exportadora de Famalicão. É, aliás, muito bom notar o reconhecimento nacional a este nosso programa de afirmação territorial, ambicioso e arrojado, e que, de resto, o país já premiou.

Como surgiu a ideia deste projeto?
Na génese do Famalicão Made IN está a vontade de exponenciar a relevante performance económica de Vila Nova de Famalicão. Potenciar e alavancar o ADN empresarial do município que nos posiciona como o terceiro que mais exporta em Portugal e o principal do Norte e como o segundo com o melhor saldo líquido da balança comercial. Temos uma economia vibrante e o Famalicão Made IN assenta precisamente neste contexto municipal facilitador da iniciativa empresarial e de construção de um território dinâmico e competitivo.



O roteiro é a parte mais visível do Famalicão Made IN. Qual a importância desta iniciativa em concreto?
Sim, o roteiro é a vertente mais mediática. Através desta iniciativa que me leva a visitar empresas famalicenses que se destacam pela sua capacidade empreendedora e de inovação conseguimos promover essas mesmas empresas, as marcas e os produtos famalicenses. A nossa estratégia passa por valorizar a dinâmica produtiva de Famalicão, recompensando os empresários pela sua visão e pelo contributo que dão ao desenvolvimento da região e do país. Isso permitiu entrelaçar e estreitar uma rede de compromisso entre empresas, o poder local e as instituições do concelho ligadas ao ensino e à investigação.

Depois, há toda uma estrutura que tem ajudado a alavancar negócios e a tornar ideias em empresas…
Não podia ser de outra forma. O Famalicão Made IN tem dado um forte estímulo para o surgimento de novas iniciativas empresariais e apoiado muitos outros projetos a expandir-se, contribuindo decisivamente para a criação de postos de trabalho no concelho. O Gabinete de Apoio ao Empreendedor, que inaugurámos em 2014, é talvez o melhor testemunho de reconhecimento ao mérito do Famalicão Made IN. O trabalho realizado pela sua equipa técnica junto dos investidores e dos novos empreendedores, como disse, tem impulsionado a criação de novas empresas e ajudado muitas outras a ganhar escala. Esta ligação concertada entre empreendedores e empresários é algo que distingue o Made IN de outros projetos municipais de apoio à atividade económica e ao empreendedorismo.

2016 voltou a ser um ano em que os empresários investiram no concelho?
Foi um ano sem precedentes nesse capítulo. O reforço da competitividade do território foi um fator decisivo para a criação de novos e relevantes investimentos empresariais apoiados pelo município de Famalicão. Em causa está já um volume de investimento de 300 milhões de euros, repartidos pelos Projetos de Interesse Municipal, pelo Compete 2020 e pelo Norte 2020. Os dados concretos não enganam: a Câmara Municipal já garantiu perto de 100 milhões de euros de iniciativa empresarial no concelho, a que está diretamente associada a criação de 865 novos empregos, resultado das suas ativas políticas de estímulo ao investimento privado, através do Regulamento de Projetos de Investimento de Interesse Municipal – Made 2IN. Já o investimento elegível aprovado pelo Compete 2020 e pelo Norte 2020 para projetos em Famalicão é de 195 milhões de euros. Mas o nosso Gabinete continua a receber contactos, nomeadamente de empresas de fora do concelho e até de fora do país, o que é revelador do expectável aumento do investimento ao longo do ano.

Hoje, temos o Gabinete de Apoio ao Empreendedor do Município, mas também temos duas incubadoras. Quais os objetivos destas estruturas?
A incubadora Famalicão Made IN conta já com dois polos: Riopele, em Pousada de Saramagos, e Edifício Globus, em Vilarinho das Cambas. Através destas estruturas oferecemos às startups o ambiente propício para que possam crescer, em estreita colaboração com o mais experiente tecido empresarial e a reconhecida competência dos centros de investigação, a par do apoio facilitador do município. O município é, de resto, uma das cerca de 90 entidades acreditadas pelo IAPMEI para a prestação de serviços de incubação, através da Incubadora Famalicão Made IN, que integra a Rede Nacional de Incubadoras. De facto, estamos muito interessados em criar condições para o surgimento de uma nova geração de empresários que mantenha o concelho no topo dos mais dinâmicos e exportadores do país.



Muitas empresas já saíram das incubadoras e estão agora em instalações próprias?
Sim, podemos dizer que “ganharam asas e voaram”, o que é ótimo. São projetos com valor acrescentado e que estão a ganhar escala. Estou convencido que o mesmo sucederá com outras startups que estão instaladas nas nossas estruturas de incubação e de aceleração de ideias de negócio.

Podemos afirmar que o Famalicão Made IN tem ajudado na economia?
De forma inequívoca. Vila Nova de Famalicão é um dos principais motores da economia nacional. Como já referi, estamos cada vez mais fortes nas exportações, com presença no pódio reservado aos três municípios mais exportadores, e temos uma das taxas de desemprego mais baixas da região. Note que o país, de acordo com os dados oficiais do INE, mantém um dos mais elevados registos negativos entre os países da zona euro ao nível da balança comercial. Vila Nova de Famalicão está em contraciclo, apresentando, ano após ano, uma balança comercial positiva, sendo mesmo a segunda melhor do país.

No ano passado, a Câmara de Famalicão lançou um projeto de inserção de doutorados nas empresas do concelho. Como está esta iniciativa?
A primeira edição deste projeto piloto correu dentro das expectativas da Câmara Municipal e do CITEVE, parceiro nesta iniciativa. As empresas manifestaram interesse, mas notámos que aguardam por melhor oportunidade para poderem realmente avançar com a contratação de doutorados. De futuro, vamos com certeza voltar a apostar nesta matéria, assim que o Norte 2020 lançar novos concursos e incentivos.



Foi lançado também o Elevador, programa de aceleração de startups, com uma rede de mentores. Quais são os objetivos desta iniciativa? Os mentores têm sido procurados?
O contacto permanente e a proximidade que existem entre startups e empresas maduras no âmbito do Elevador é assinalável. O que pretendemos é apoiar e dar outra dimensão às pequenas empresas e, em simultâneo, fixar no concelho empresas de crescimento rápido. Para tal criámos uma rede de mentores composta por três dezenas de empresários de renome que orientam os empreendedores com ideias de negócio. É minha convicção de que a convocação dos nossos empresários é decisiva para o crescimento e fortalecimento da malha empresarial do concelho e que a todos beneficiará.

Como descreve os empresários famalicenses?
Resilientes e com fibra. Os empresários famalicenses puxam pelo país. E puxam obviamente pelo seu concelho. Sobretudo, e tenho a certeza, vestem a camisola da causa do crescimento económico e da criação de emprego, convictos de que com isso estão a fortalecer os seus projetos e a contribuir simultaneamente para uma melhor qualidade de vida e de padrões de felicidade pessoal e profissional de todos quantos compõem a comunidade em que se inserem.

Quais os próximos projetos do Famalicão Made IN?
Este será um ano de consolidação das medidas e ações desenvolvidas. Queremos evidenciar que este programa tem um carácter estruturante para o concelho. Nesta fase, a nossa ambição é dar corpo ao que já existe e que tão bons e evidentes resultados tem apresentado.

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