Em Pousada de Saramagos, Vila Nova de Famalicão, está sediada a maior empresa de produção e transformação de carne de bovino do país. É a Campicarn e está pujante: fechou o ano de 2014 com um volume de faturação de 48,5 milhões de euros, resultado de um crescimento de 20 por cento, e espera repetir a proeza em 2015, reforçando também o seu relevante contributo para a força do concelho no sector agroalimentar.

A estratégia de crescimento, hoje revelada na visita de Paulo Cunha à empresa no âmbito do roteiro Famalicão Made IN, assenta na conquista de novos mercados (a par de Angola, onde possui instalações próprias, atualmente exporta também para Espanha) e no aumento da capacidade instalada de criação e abate de animais, com a recente aquisição de uma unidade de produção em Beja, que se soma assim à unidade que possui em Barcelos. Desta forma, irá reduzir de forma significativa a importação de matéria-prima.

O mercado nacional absorve 90% da produção da Campicarn. Mas o presidente do Conselho de Administração, Manuel Martins – que em 1987 arrancou com o negócio da venda de carcaças de bovino que deu origem à Campicarn – está confiante no sucesso da estratégia de internacionalização. “A partir do segundo semestre deste ano iremos exportar mais para o mercado europeu, sobretudo para a Alemanha, porque pretendemos que as exportações representem 25% do volume de negócios”, disse.

Todas as semanas saem da Campicarn cerca de 500 toneladas de carne de bovino, entre carcaças, vácuo, couvetes e preparados de carne, para clientes como as principais cadeias de distribuição nacionais e até a McDonald’s, cadeia internacional que a Campicarn fornece desde 2009. Foi, de resto, a primeira empresa do país a fazê-lo. “Trabalhar para clientes com o calibre da McDonald’s veio atestar a qualidade e o sabor dos nossos produtos e abriu portas para novos negócios e novos clientes”, declarou, aludindo ao facto de a Campicarn – que conta com 120 colaboradores – ser considerada a empresa com a marca “Sabor do Ano 2014”. Este selo de qualidade, único a nível nacional, foi atribuído aos preparados de carne na gama frescos e congelados, que engloba hambúrgueres, almôndegas e carne picada, após a degustação de produtos em prova cega.

Muitos dos produtos da Campicarn são vendidos como marca própria – “Deliciosa”, mas outros estão disponíveis ao consumidor como marca das principais cadeias de supermercados (Jerónimo Martins, Auchan, Minipreço, Intermarché e E.Lecrec). Resultado de um investimento recente em tecnologia, a Campicarn tem capacidade para produzir 100 toneladas de preparados de carne, pelo que espera ainda este ano entrar noutras superfícies de distribuição.

Aludindo à importância que o sector agroalimentar tem na economia do país e, muito particularmente, em Vila Nova de Famalicão, com uma fileira de empresas significativa na área da agricultura, Paulo Cunha reafirmou hoje o desígnio de instalar um Centro de Competências do Agroalimentar, posicionando o concelho como epicentro regional de base tecnológica e inovadora na área do agroalimentar. “O facto de o território famalicense ter a maior concentração nacional de empresas neste sector faz com que entendamos que é aqui que deve estar sediado um centro de competências que seja o motor das empresas no caminho da inovação e do desenvolvimento”, apontou.

O presidente da Câmara Municipal referiu-se à Campicarn como “uma das maiores referências nacionais e internacionais” na produção e transformação de carne de bovino e congratulou-se com o momento áureo que atravessa. “O seu crescimento reflete a boa organização, o dinamismo e saber acumulado de quem a dirige”, concluiu.