Império das meias dá corpo a novo polo industrial em Famalicão

26-10-2015

Contactos:
MANUEL FERNANDO AZEVEDO

Estrada Nacional 204-5
4761-918 Avidos - V.N. Famalicão
Portugal

Um novo polo industrial está a fervilhar de atividade em Vila Nova de Famalicão nas antigas instalações da Fitor. A ‘revolução’ é comandada por Manuel Fernando Azevedo (MFA), fabricante de meias e peúgas funcionais e técnicas, que escolheu o concelho para sede do grupo tendo adquirido os ativos da Fitor (à exceção da marca) para concretizar o seu ambicioso plano de expansão. Facto que hoje levou Paulo Cunha a visitar as instalações do grupo em Avidos no contexto do roteiro Famalicão Made IN.

Exportadora de 100 por cento da produção, com a Inglaterra como principal mercado, a MAF nasceu há 21 anos de um projeto familiar em Santo Tirso. Hoje assume-se como o maior fabricante de meias na Europa Ocidental, trabalhando para grandes marcas mundiais. É o caso da norte-americana New Balance a quem fornece as meias que os jogadores do FC Porto, Sevilha, Liverpool e Stoke City calçam.

No enorme complexo agora recuperado – com cinco edifícios que perfazem 32 mil metros quadrados cobertos – estima-se que estejam a trabalhar cerca de 500 pessoas até 2017, divididas na sua grande maioria pelas três unidades de produção que a MFA ali possui.

A Manuel Fernando Azevedo já investiu cinco milhões de euros, de um total de 7,5 milhões a executar até 2017, e prevê aumentar, no curto e médio prazo, para 300 o número de postos de trabalho (atualmente são 120). A meta está definida: “Passar de uma faturação de 17 milhões de euros em 2014 para 25 milhões em 2017”, afirmou o empresário Manuel Azevedo, que controla este império com o pai, baseando-se numa estimativa de produção anual de 30 milhões de pares contra os atuais 24 milhões que o grupo regista.

Grande parte do investimento está a ser canalizado para a unidade de acabamento e tricotagem onde estão a ser montados os primeiros 68 de um total de 192 teares.

Entretanto, resultado de uma parceria com uma conhecida marca irlandesa, surge a Ridgeview Portugal que inicia atividade daqui a três semanas. Esta unidade independente prevê fabricar a cada ano 2 milhões de pares de “meias muito grossas e com muita lã” e faturar 3 milhões de euros. “Vai começar com 30 pessoas, efetivo a duplicar até ao final de 2017”, garantiu Manuel Azevedo.

Acrescem os 49 trabalhadores da Trivialtex, uma startup a quem a MFA concessionou, por um período de oito anos, a produção de fio. Iniciou atividade em abril passado, com estimativas de faturação de 6 milhões de euros no primeiro ano.

Excelente notícia é também o facto de ter ganho recentemente o “licenciamento da marca Rohner para toda a Europa à exceção da Suíça”.

Empresa empregadora aposta na inovação

Inovar é também palavra de ordem para a empresa. No seu departamento de Investigação & Desenvolvimento prepara-se a patente de um “tipo de meia diferente”, em parceira com o Citeve, que Manuel Azevedo espera apresentar publicamente em 2017.

Manuel Azevedo agradeceu à Câmara de Famalicão o “valioso apoio” no processo que conduziu a este novo investimento no concelho e que ainda não se esgotou. Neste momento está em curso a requalificação de um importante acesso rodoviário à empresa.

Paulo Cunha sublinhou que a escolha do grupo por Famalicão para se expandir traduz a “atratividade do território famalicense para o investimento”. “A Câmara Municipal nunca ficará indiferente a novos projetos que tragam capacidade para gerar empregos estáveis”, fundamentou, enaltecendo ainda o facto de a MFA ter manifestado a vontade de ser uma espécie de extensão do IEFP ao acolher nas suas instalações formação em contexto de trabalho.

“É para mim gratificante perceber que este parque secular e depositário das memórias de muitos famalicenses está hoje a ser reerguido e reanimado. Isso é muito importante para o património, para o ambiente e para os trabalhadores que estão a fazer pontes com o passado”, rematou o edil.

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