Indústria têxtil ganha nova vida em Famalicão

24-02-2015

Num tempo em que o Governo vem reclamando alguma retoma da economia e redução no desemprego, ao passo que a oposição aponta para um país com pobreza encrostada e sem esperança, Vila Nova de Famalicão apresenta mais dois casos empresariais que rompem com o estado de crise e se afiguram como modelos de lançamento para a economia regional e nacional, revelando que, afinal, ainda há esperança e que o país tem futuro.

Partindo de projetos empresariais que souberam ler as oportunidades de negócio, duas unidades têxteis famalicenses, que encerraram nos últimos tempos, voltaram à vida e perspetivam contratar cerca de 200 pessoas ainda em 2015.

Trata-se dos casos das extintas empresas “Fitor”, em Avidos, e da “Filobranca”, em Riba d’Ave, que ontem mereceram a visita do secretário de Estado do Emprego, Octávio de Oliveira, que quis constatar o efeito que as medidas de formação profissional e emprego, que estão a decorrer em ambas as empresas, estão a obter. No final da visita, o governante não escondia satisfação no que ouviu por parte dos empresários e garantiu apoios para que estes novos projetos tenham êxito. “Este é um momento de alguma felicidade”, disse Octávio de Oliveira salientando que “esta realidade deve ser mostrada”.

Sublinhando a importância da rede estratégica criada em Vila Nova de Famalicão, que alia a administração central através do Instituto do Emprego e da Formação Profissional (IEFP), a autarquia, os mais diversos parceiros sociais na resposta aos anseios e necessidades das empresas e das pessoas, o secretário de Estado do Emprego diz estar-se perante um “processo integrado” que visa o “crescimento inteligente” da economia.

Para o governante, que destacou a utilidade de ver no terreno estas realidades, “esta modalidade que conjuga emprego e formação profissional é muito importante”. “Aqui se pode ver que o investimento público tem reflexos imediatos, concretamente, no emprego”, acrescentou.

No caso particular da ex-Filobranca, atualmente “Erius Têxteis SA”, diversos operários que ainda em meados do ano passado tinham visto a sua empresa encerrar e ficaram no desemprego, já voltaram ao ativo. Dezenas de outros antigos trabalhadores estão a receber formação para regressarem às unidades de produção que já conhecem há anos.

“Estamos em atividade desde meados de janeiro e já temos 32 trabalhadores ex-Filobranca nas linhas de produção”, destacou José Manuel Ferreira, administrador da Erius Têxteis SA, apontando que, desde que assumiram a massa falida da anterior empresa, se comprometeram em readmitir, na medida do possível, os antigos trabalhadores.

Há um grupo de mais 25 operários que estão a receber formação e, para os quais, o empresário salienta que irão iniciar obras com vista á preparação de células de trabalho adequadas. “Queremos que quando acabarem a formação possam já ter o seu posto de trabalho pronto para os receber”, frisou José Manuel Ferreira.

A Erius Têxteis SA é um grupo que está sediada em Barcelos e que tem unidades de produção na Póvoa de Varzim e que passa também a ter em Famalicão. “Pretendemos até final de 2015 estarmos a funcionar a 80% da capacidade”, avançou o empresário, indicando que os postos de trabalho a criar nas antigas instalações da Filobranca cheguem a 120 pessoas. “Esta empresa [a ex-Filobranca] tem um grande valor, também nas pessoas que aqui trabalhavam”, salientou José Manuel Ferreira.

“Dinâmica extraordinária” de Famalicão justifica mudança de sede

Nascida há 20 anos de um projeto empresarial familiar, a empresa de fabrico de meias e peúgas “Manuel Azevedo SA” desenvolveu a sua atividade em Santo Tirso. Agora, que comprou as instalações da antiga “Fitor”, não apenas vai desenvolver o seu negócio em Vila Nova de Famalicão como decidiu transferir a sede social da empresa para este concelho. Motivos? “Famalicão é fantástico! Tem uma dinâmica extraordinária, muito diferente da de Santo Tirso”, afirmou Manuel Azevedo ao secretário de Estado do Emprego, Octávio de Oliveira.

A decisão de avançar para a compra das antigas instalações da Fitor, em Avidos, deveu-se, segundo o empresário “à mudança de paradigma” do negócio e à necessidade de se apetrechar para poder competir. Trata-se de uma empresa 100% exportadora, com o mercado de Inglaterra como principal cliente.

A trabalhar em Famalicão desde novembro, Manuel Azevedo diz que o apoio que encontrou na Câmara Municipal local “tem sido fundamental” e que, por isso, perspetiva “ainda este ano contratar 100 pessoas com contratos sem termo” para garantir a produção de milhões de pares de peúgas. “Somos especialistas em meias funcionais e técnicas, com especial destaque para as desportivas”, explicou o empresário. A Manuel Azevedo SA é, para além de uma singular empresa, um grupo empresarial que emprega hoje cerca de 400 trabalhadores. Aos 100 novos postos de trabalho que pretene para 2015, quer, em 2016, contratar mais 100 “no mínimo”, avançou.

Do Estado, Manuel Azevedo, que esteve acompanhado pelo pai e por uma irmã, na visita do governante à empresa, disse que “está na altura de obter os apoios e incentivos que outras empresas, mesmo estrangeiras, recebem por criarem postos de trabalho e riqueza para o país”.

Fonte:
Diário do Minho / Álvaro Magalhães
24-02-2015

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