Medway quer trazer o mar até Famalicão

16-01-2019

"É um grande investimento para o país que resulta da coragem e arrojo da empresa Medway e da perseverança da Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão”. Foi desta forma que o ministro do Planeamento e Infraestruturas, Pedro Marques, definiu a construção do maior terminal rodoferroviário da Península Ibérica em Vila Nova de Famalicão, resultado de um investimento privado da Madway de 35 milhões de euros e que o Governo garantiu "complementar" com o programa nacional de investimentos.

A estrutura vai nascer na freguesia de Lousado, em 2020, e servirá um dos maiores aglomerados industriais do país com grande capacidade exportadora.

Para o ministro, este investimento vai “fortalecer ainda mais esta região fortíssima do ponto de vista económico e industrial e este concelho que é um dos mais exportadores do país”.

Pedro Marques presidiu, na manhã desta quarta-feira, 17 de janeiro, à assinatura do protocolo entre a Medway, empresa líder no transporte ferroviário de mercadorias em Portugal, a Câmara Municipal de Famalicão e a IP - Infraestruras de Portugal, para a construção do maior porto seco da Península Ibérica.

Este novo terminal ferroviário, que irá servir os portos de Leixões e Sines, vem dar resposta à necessidade de aumentar a capacidade de movimentação de contentores no Norte.

Neste âmbito, o presidente do Conselho de Administração da Medway, Carlos Vasconcelos, afirmou que com este investimento a empresa pretende “ir ao encontro da industria exportadora do concelho, respondendo a uma necessidade logística de toda a região, trazendo o mar de Leixões e Sines até Famalicão”.

O responsável mostrou-se “muito satisfeito” com “este primeiro passo que nos levará à construção daquele que será o maior terminal da Península Ibérica. Trata-se de um terminal de última geração, com a tecnologia mais avançada, que se igualará aos terminais mais modernos do mundo e que irá corresponder às necessidades logísticas das empresas locais, facilitando as exportações e importações, contribuindo, desse modo, para a economia e o emprego da região. É, por outro lado, uma clara demonstração da nossa vontade em investir para nos tornarmos mais eficientes, indo ao encontro dos desafios que os clientes nos colocam diariamente.”

O terminal, com uma área de 200,000 m2, terá 6 linhas de 750m e uma capacidade para parqueamento de 10.000 TEU, o que equivale a mais de 500.000 movimentos por ano.

O facto de a zona de Famalicão ser uma zona com um significativo volume de exportação e importação e com um enorme potencial de crescimento, não só pela sua localização geográfica, mas também pela concentração empresarial que ali já se encontra, foi fundamental para a sua escolha.

O presidente do IP, António Laranjeiro, elogiou a “visão estratégica da Medway e a postura de relacionamento da Câmara Municipal, na concretização deste importante projeto para o país”.

Por sua vez, o presidente da Câmara Municipal de Famalicão, Paulo Cunha, salientou que este é um investimento “muito promissor para o futuro do concelho”.

O facto de Famalicão ter sido objeto da escolha da Medway agradou o autarca e “mostra uma avaliação positiva do que o território tem feito. Não fosse a dinâmica deste território, este investimento não seria aqui feito. Os ganhos são enormes. Estou certo que são várias décadas de potencial investimento que gera em Famalicão e toda a região Norte", congratulou-se Paulo Cunha. “Este terminal ferroviário não só vai permitir aumentar a competitividade das empresas da região, como vai ser responsável por um número muito interessante de novos investimentos no concelho nas próximas décadas”, acrescentou.

O autarca salientou ainda “os ganhos ambientais enormes” com este novo modelo de transporte de mercadorias.

A construção do terminal iniciar-se-á assim que o respetivo projeto obtenha as necessárias licenças, prevendo-se a sua conclusão para o início de 2020. Será equipado com as tecnologias mais modernas, ao nível dos melhores terminais do mundo. Para operacionalizar este terminal estima-se a criação de mais de 100 postos de trabalho, diretos e indiretos.

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