Um olhar sociológico e histórico ao processo de industrialização. É o que propõe a exposição “Des(a)fiar o Tempo da Indústria” que Vila Nova de Famalicão inaugurou nesta segunda-feira, 4 de abril, e que, através de uma linha cronológica, conduz o visitante numa viagem pelo processo de industrialização, desde a segunda metade do século XIX até à atualidade.

Boa Reguladora (1892), Sampaio & Ferreira (1896), Riopele (1927) e Têxtil Manuel Gonçalves (1937) são as empresas âncora da industrialização neste concelho com tradição e forte presença industrial e que, nos dias de hoje, goza do estatuto de terceiro exportador do país.

Patente na sala de exposições temporária da Casa do Território, no Parque da Devesa, até setembro e com entrada gratuita, “Des(a)fiar o Tempo da Indústria” pretende isso mesmo: revisitar os principais momentos e despertar para a importância deste legado histórico e para os desafios atuais e futuros da indústria em Famalicão.

A inauguração da mostra contou com as presenças do Presidente da Câmara Municipal e de empresários famalicenses, entre outras. Paulo Cunha enalteceu o carácter histórico e sociológico desta iniciativa. “É verdade que temos que projetar o futuro, mas é indiscutível que temos que o alicerçar na nossa memória e nas nossas raízes para que sejamos bem-sucedidos. Esta abordagem histórica, desde o século XIX até à atualidade, permite-nos perceber onde é que devemos fundar essas raízes, numa exposição que destaca também outras forças do território, nomeadamente o rio Ave, que teve uma grande influência para a força do têxtil no concelho e na região”, disse.

A exposição reserva particular destaque para o sector têxtil e do vestuário. Afinal, esteve na génese das primeiras unidades algodoeiras famalicenses e, ainda hoje, contribui para a economia vibrante de Famalicão. O concelho continua a registar uma forte presença dessa atividade industrial, evidente pelo número de empresas têxteis instaladas, algumas das quais se destacam como as melhores do país.

Através de vídeos, ilustrações, fotografias, textos, biografias de empresários e depoimentos de ex-operários, elementos que compõem as várias facetas da exposição, os visitantes poderão revisitar acontecimentos internacionais, nacionais e locais que marcaram estes longos anos de industrialização e perceber o atual ADN empresarial do concelho, diversificado, inovador e com vocação exportadora.

Uma nova dinâmica fortemente marcada pela ligação da indústria à educação e às infraestruturas famalicenses do sistema científico e tecnológico nacional.

“Des(a)fiar o Tempo da Indústria” é uma exposição da Câmara Municipal de Famalicão, desenvolvida pela ADRAVE – Agência de Desenvolvimento Regional do Vale do Ave.