O Embaixador dos Estados Unidos da América em Portugal, Robert Sherman, considera que a celebração do Acordo de Comércio e Investimento União Europeia-EUA (TTIP), que pretende eliminar taxas e barreiras comerciais entre os mercados europeu e americano, constituirá grandes oportunidades para a indústria portuguesa e um forte contributo para a afirmação dos produtos portugueses.

Robert Sherman participou numa conferência sobre o impacto deste acordo nos sectores têxtil, vestuário e calçado que sentou à mesma mesa os presidentes das Câmaras Municipais de Vila Nova de Famalicão e Guimarães. A iniciativa realizou-se no dia 30 de janeiro, no AvePark – Parque de Ciência e Tecnologia, em Guimarães, e foi organizada por estas autarquias e pela consultora GTI.

“Eu sou consumidor do melhor vinho do mundo, que é feito no Douro, e quis dá-lo a conhecer a alguns amigos, mas comprei-o na América ao triplo do preço que se pratica em Portugal. Por este e outros tantos produtos que se produzem aqui no Norte é que esta é a região que mais beneficiará com a abolição das taxas previstas no TTIP”, disse o diplomata. “Para sair da crise Portugal tem de ser capaz de exportar mais. Não há outra forma de as empresas crescerem que não seja pela expansão do seu mercado”, acrescentou.

O autarca famalicense corroborou da opinião de Robert Sherman, vincando que o TTIP representa uma oportunidade para Portugal e para a região onde os sectores do têxtil e do calçado estão muito enraizados. “Somos um território com empresas, universidades e centros tecnológicos de excelência. Estamos certos de que podemos abraçar este desafio”, apontou.

Refira-se que, de acordo com uma estimativa de um relatório encomendado pelo Governo Português, a assinatura do TTIP proporcionaria um crescimento anual de 0,66% do PIB, o que representa 1,1 mil milhões de euros anuais. Recentemente, a Secretaria de Estado dos Assuntos Europeus sublinhou que o aumento de salários a longo prazo e a criação de mais de 40 mil postos de trabalho estariam entre os principais efeitos macroeconómicos esperados em Portugal.